emparedamento #5


capa #1 blue monday

New Order 1983

Flunk 2002

capa #0

A haver neste mundo alguma coisa melhor do que emparedamentos, são capas.


Capa, ou em inglês, cover, é quando um músico toca uma música de outro músico.
Na maioria das vezes, o resultado é inferior, mas de vez em quando aparecem versões bastante interessantes da música original.

O Caldeirada Penicheira tem o prazer de dar música aos seus leitores ao passar a mostrar lado a lado a música original e uma interpretação que lhe faça justiça.

emparedamento #1


emparedamento #0

Se Francisco Germano Vieira no seu Pinturas em Peniche nos tem apresentado fachadas de Peniche, eu passo a presentear-vos com emparedamentos de Peniche.

Se há para mim coisa que tem interesse é saber que houve alguém a preocupar-se em fazer uma bonita fachada para tempos depois essa fachada ter como único propósito o impedimento de acesso ao terreno que fecha. Nessa altura a única preocupação é em cobrir as aberturas existentes na fachada e os resultados são muitas vezes preciosidades ímpares.

correio da manhã #10


acrobacia #3

Como reagir se um jipe gigantesco vier na sua direção:


O Professor


Muitos hoje lamentam a morte de José Hermano Saraiva. Mesmo aqueles que não o aguentam dois minutos sem mudar de canal.

Bem, eu vi horas e horas de José Hermano Saraiva. Que muito me entreteram e ensinaram.
No entanto, a história que mais gostaria de ouvi-lo contar não me lembro de alguma vez a ter contado - a dele.

Sendo eu membro da Academia de Coimbra, não posso esquecer que se hoje não estivesse em 2012 mas sim em 1969, ano em que o Professor estava à frente do Ministério da Educação Nacional, à mínima demonstração de pensamento independente José Hermano Saraiva teria todo o gosto em me enviar para o Ultramar.
Portanto, não vou esquecer, nem hoje dia de seu falecimento nem nunca, as vidas destruídas de muita da massa crítica portuguesa à conta do Professor.

Tenho de ser com José Hermano Saraiva, tal como com qualquer outra personalidade marcante da nossa história, imparcial e crítico.

Aprendi isso com ele.

eh toure


Interrompo as férias para dar conta da minha estupefacção com o surgimento desta atividade por terras penicheiras.
Na Praça de Toiros de Peniche.
Que eu não faço ideia onde exista. (vai ser numa praça de toiros desmontável)

Mas pronto, agora com as touradas já não falta muito a Peniche. Que me lembre só lutas de galos.

not dead yet

Olá a todos.

Peço desculpa pela escassez de posts, mas acontece que estou de férias e afastado da internet.
Por isso, aproveitei o único bocadinho a que tive acesso para ganhar uma aposta, ver as notificações do Facebook e vir-vos contar coisas da minha vida. Não têm de quê.


O blog segue dentro de momentos. Quer dizer, alguns dias.

entretanto #9 remédios



Em 100 anos notam-se várias mudanças no Largo dos Remédios, no entanto houve o cuidado de respeitar a sua vocação religiosa. 

correio da manhã #8


opinação #2 museu do mar


A ideia de Museu do Mar é bastante vaga, e creio que por agora ninguém está a pensar num molde muito específico.

Seria um museu bastante focado na construção naval, e como tal possivelmente instalado nos edifícios dos antigos estaleiros na Gamboa.
Poderia ainda estar ligado a mais assuntos relacionados com a vida marítima regional e nesse caso assemelhar-se-ia ao Museu do Mar Rei D. Carlos (em Cascais) e ao Museu Marítimo de Ílhavo.

entretanto #8 capela de santo antónio



Encontramos a nascente do Campo da Torre a antiga Capela de Santo António, vocacionada ao culto até 1869. Ainda em 1810 alojara militares estrangeiros das Guerras Napoleónicas e entre 1832 e 1838 fora depósito de armamento. Já no século XX serviu de sala de autópsias, camarata para alunos da Casa Pia e armazém de artigos para pesca e de peixe. Espera já há várias décadas por novo uso.

correio da manhã #7


entretanto #7 portões de peniche



Na primeira foto, de 1954, podemos ver os Portões de Peniche de Cima antes do alargamento que lhes conferiu o aspecto actual.
Já no início do século XX tinham sido demolidos os portões originais, que a par com o acesso a Peniche de Baixo pela Ponte Velha asseguravam as únicas entradas na vila por meio terrestre. Mas apenas de dia, já que as portas eram fechadas ao anoitecer, havendo quem saísse e ao regressar já desse com os acessos à vila impedidos, pelo que se popularizou o dito Não saias do portão sem dinheiro e gabão (capote geralmente usado pelos pescadores).

correio da manhã #6


opinação #2 aquário de grandes dimensões


Se há algum burburinho quanto à hipótese de se criar um aquário em Peniche, o responsável é Filipe Pereira, autor desta página.
O projeto dele é bastante específico, mas o próprio afirma ser somente uma sugestão.
Francisco Germano Vieira também deixou o seu contributo.

O grande problema é o financiamento.
Porque mesmo a haver investimento, poderia haver lucro reduzido, visto que os turistas que por cá passam vêm fazer praia ou desportos marítimos. Um dia que se invista num turismo mais cultural em Peniche, acho que o aquário é uma ideia a considerar.

truly epic fail


Em San Diego as comemorações do 4 de Julho este ano tiveram um gosto diferente.
Devido a uma falha técnica, os foguetes saíram todos ao mesmo tempo.
E ao que parece foi um bocado épico.

opinação #2 plataforma petrolífera


Eu acho que todos nós ficaríamos felizes com a exploração de petróleo, mas neste caso depende apenas da sua existência em quantidade suficiente ou não.

vídeos


Para quem perdeu a transmissão da RTP nos Supertubos.

opinação #2 porto de águas profundas


O blog Amigos de Peniche fez um post com uma frase de Tozé Correia que resume bastante a polémica:

Tivemos de escolher entre ter um porto de águas profundas ou uma onda que vale milhões.
Escolhemos a onda.

Esta frase mexe connosco. Mas mais do que tudo, é preciso elogiar a coragem de Tozé Correia em assumir a sua posição (que neste momento é a dominante).

Nesse post está uma ampla gama de comentários que espelha a dualidade de opiniões, alguns dos quais vou passar a citar ipsis verbis. 

Possivelmente o Porto de águas profundas traria mais empregos e mais desenvolvimento para o concelho, só que tem um senão, não cria tanto mediatismo , nem dá tanta visibilidade a esse malabarista político. 


Se Peniche tivesse um porto de águas profundas eis o cenário que me vem à imaginação: peniche seria invadida por marinheiros de outros países, muitos deles feios, porcos e maus e, infelizmente, com pouca ou nenhuma educação/ formação. O ambiente da terra seria "de cortar à faca": a prostituição aumentaria e a droga proliferaria. Doenças infeciosas trazidas dos confins do mundo ameaçariam a nossa frágil comunidade. Os nossos filhos jamais poderiam vagar em segurança pelas ruas e pelas prais do concelho. Os restaurantes da Av. do Mar transformar-se-iam em autênticas cantinas onde africanos que trabalham no porão dos navios se acotevelariam sob um cheiro nauseabundo do sovaco do próximo. Sobre as nossas límpidas águas flutuariam mantos de óleo e demais gorduras tão características da referida actividade, as nossas praias seriam invadidas, não por turistas mas por nacos de nafta, por objectos não identificados, por peixes e crustários moribundos, intoxicados pela podridão aquática.


O avô da onda quer agora vender (vender não, que já ninguém lhe compra nada) ou oferecer a ideia que foi ele que nos salvou dos malandros que queriam construir um porto de águas profundas. O que vale é que a mentira tem perna curta.
A verdade (que a maioria das pessoas não sabe) é que para o Ministério das Obras Públicas, Peniche continua a ser considerado um “porto de reserva estratégica nacional” o que significa que se a qualquer momento o país necessitar de mais um porto comercial, não é o senhor TV que vai travar a sua construção.


Nesta página está resumido um colóquio, realizado em 16 de Dezembro de 1996, que defendia a implementação do porto.

Nesta entrevista Carlos Mota, presidente dos Estaleiros Navais de Peniche, defende o porto.

Neste artigo José Miguel Nunes explica o que o leva a opor-se ao porto.

De qualquer forma, os penichenses podem dar-se ao luxo de não terem de se preocupar muito com este assunto, primeiro, porque não há-de ser tão cedo que vai haver dinheiro para construir uma megalomania destas, só comparável a um aeroporto, e segundo, porque a ser construída, será uma decisão da administração central.

Obviamente, isso não implica que deixemos de defender as nossas opiniões.

opinação #2


Até agora tenho sete respostas à pergunta que deixei à direita.
Ainda bem, pois já bastante depois de a deixar ainda só tinha uma. E foi aí que reparei que esta é uma pergunta mais fácil de colocar do que de responder.


Por um lado, porque depende das nossas convicções, e entra com várias variáveis entre as quais a população de Peniche em tempos se dividiu, e que, sendo todas atualmente ou em tempos defendidas acerrimamente, são porventura contraditórias. Mais propriamente, as duas de cima estão ligadas ao progresso industrial e as duas de baixo a uma vertente turística/cultural.

Por outro lado, a implementação de qualquer uma destas hipóteses depende de dados (sobretudo técnicos) que nós podemos não ter.
Vou por isso ajudar-nos nesta escolha e recolher informação sobre cada um destes temas.
Isso não vai influenciar quem tem uma opinião concreta sobre o futuro da região. Mas são temas bastante importantes, e acho que se não são mais falados, por exemplo na blogosfera, é porque temos noção de que podem ser independentes da nossa vontade.
Sendo ou não, vou tentar fazer uma apanha geral disto.

entretanto #6 porto da areia



A continuada extração de pedra durante o século XX explica a enorme diferença nas arribas. 
O pequeno molhe que se vê à esquerda foi construído para servir as embarcações que levavam a pedra para os molhes na ribeira aquando da sua construção. 
As ruínas em primeiro plano são do Forte da Areia do Sul, demolido nos anos 80.

somfest unplugged


(público bem comportado escuta A Jigsaw)

correio da manhã #5


rocóne

Mais uma noite simpática no Somfest.


Ontem a sala já estava bastante completa. O espaço dos DJs é que apesar de supostamente começar às 22.00, às cinco e meia da manhã ainda estava quase vazio. Só depois de os concertos todos acabarem é que o pessoal vai para lá. Isto de vários palcos resulta em muitos festivais de verão mas neste Somfest Peniche 2012 não se revelou muito bem sucedido.

adivinhe o monumento #6


#clicar na imagem para saber a resposta

correio da manhã #4


scouting #2 ruínas romanas

Há três anos fui fotografar o terreno defronte à Igreja da Ajuda. Foi depois a ver as fotografias e a tentar perceber de onde vinham as estruturas que tinha fotografado, confrontando-as com fotos mais antigas do local, que tive a ideia que fazer a secção "Entretanto" na Voz do Mar, sendo que o primeiro artigo publicado foi sobre este local.

No decorrer da construção de um bloco de apartamentos, foram descobertas ruínas romanas.
Eventualmente foi dada autorização para as obras prosseguirem mas a empresa ficou sem dinheiro e desde então nada mais se fez, a não ser os bombeiros extraírem a água do terreno quando fica transformado num enorme lago devido à água da chuva que não consegue escoar.

O que de mais recente lá se encontra são alguns carrinhos do LIDL:


Entre os romanos e a atualidade os únicos edifícios dos quais tenho conhecimento a serem levantados neste terreno foram fotografados por António Jesus Lourenço em 1983:


Estes prédios foram demolidos ainda na década de 80 ou no início da seguinte, e o que restou deles foi arrasado nas escavações mais recentes.

Mesmo assim, ainda há vestígios que estiveram quase para desaparecer, mas por acaso escaparam, como é o caso deste canto:

O vestígio que mais sobressai parece ser a base de uma chaminé.


Na foto de cima vê-se o que parece ser um buraco feito por uma máquina que foi impedida de prosseguir.  O que impediu então que tudo o resto fosse arrasado e esta estrutura salva? Talvez o entendimento de que também poderia ser romana. Eu também pensava que seria romana, no entanto perto dela estão vestígios mais antigos, que pela sua reduzida altura mostram que a estrutura em tijolo é mais recente.


Existe um canal, outrora subterrâneo, cuja função desconheço, mas aparenta ser uma conduta de água. Não havendo poços na proximidade, poderia conduzir a água da chuva ou de alguma atividade para o fosso (está alinhado nessa direção):


Antes disso, havia somente terrenos de cultivo, como prova esta foto da primeira edição do "Entretanto":

No entanto esta zona seria bastante ativa entre os séculos I e IV, altura em que estariam nesta zona instalada uma profícua indústria conserveira que se dedicava a exportar o vinho produzido em Peniche (e não as conservas como normalmente se supõe). Quando a este período, há uns muros de pedra:


Restos de ânforas estão espalhados por todo o local:


Houve nesta zona uma intensa atividade durante o período romano. Conhecemos poucos vestígios, tal como os fornos, e uma estrutura na Avenida 25 de Abril que já ouvi dizerem ser romana.
Mas obras como o novo Lar de Santa Maria foram construídas sem nenhum acompanhamento arqueológico. (ver comentários) Não podemos estar à espera que sejam os empreiteiros a virem dizer o que é que encontraram, pois isso não é do seu interesse, visto que atrasa ou no caso dos fornos, impede a construção.
Tem de ser a autarquia a disponibilizar o acompanhamento das obras durante as escavações, o que custa dinheiro e no caso de se encontrar alguma coisa o progresso da cidade é atrasado.
Por isso muitas vezes a câmara prefere fechar os olhos e deixar avançar as máquinas, como aconteceu no caso do Modelo e depois veio-se a descobrir que foi destruído património que remonta até à pré-história.

Os fornos, tal como os restantes vestígios que a zona do Morraçal da Ajuda esconde são do interesse público a longo prazo. E as ideias para essas zonas, passem elas por um núcleo museológico ou outra coisa qualquer, dizem respeito a todos nós, e tenho pena que não haja muito interesse nelas.

Sem o envolvimento ativo da população, nada feito.


# percurso feito em 8-7-2009

correio da manhã #3


exame de Miguel Relvas


opinação #1 somfest

Agradeço a todos os que responderam ao primeiro questionário.

Houve 9 respostas, que estão discriminadas no seguinte gráfico:
O "não" saiu claramente vencedor.

E a primeira noite foi reflexo disso mesmo.

Deram-me um cartão de consumo mínimo de 5 euros para entrar no festival gratuito. Quando saí acabei por pagar apenas o que consumi, de qualquer forma, há muita desorganização no que toca a transmitir informação sobre este evento. Acredito que seja complicado organizar um evento deste tipo, mas com este tipo de erros acabaram por afastar público.

Entrei no espaço da discoteca, que estava vazio, e nesse momento fui assassinado pelo olhar das pessoas que convencera a ir comigo. Fomos depois encaminhados para o que parecia um salão de casamento, com cortinas brancas a tapar as janelas.


Os primeiros a atuar foram os Wild Booze, que estavam agendados começar às 22.00 mas começaram já perto das 23.30.



Confesso, já fui a festivais de verão com mais público.

Eventualmente a sala acabou por ficar mais composta, mas de qualquer forma isto está longe do que eu e provavelmente os produtores do evento imaginávamos ao início.

Mas apesar de tudo eu gostei. Não é todos os dias que temos cá uma série de bandas num só espaço. Por isso, aconselho. E espero voltar.

Apesar de entrar na Voilá às onze da noite ser das coisas mais surreais que já fiz.