o estacionamento da avenida do mar

Não me parece que devesse haver estacionamento na Avenida do Mar.




Isto faz algum sentido? Jantar num restaurante com vista panorâmica para o carro do vizinho? 
E os ziguezagues que os peões são obrigados a percorrer? Aqui vem esplanada, aqui vem carro, aqui vem carro e esplanada...
Acredito que a população local não lidasse bem com a retirada dos estacionamentos, mas na zona há muito sítio para meter o carro, começando pela ribeira antiga, e se não quiserem pagar, no Campo da Torre.
Se os moradores não querem perder estacionamento perto de casa, há uma hipótese atualmente algo desprezada:



Trata-se de um vasto espaço, bastante mal aproveitado. Mudando de sítio o lixo e os ecopontos, asfaltando o piso e desenhando no pavimento os traços de um estacionamento, creio que seria muito mais útil.

Tirar o estacionamento da Avenida do Mar teria custos reduzidos e seria, citando o recentemente falecido, uma pequena mudança para os moradores e uma grande mudança para a cidade.

roteiro #5 óbidos


Castelo de Óbidos, 2005

para algo completamente diferente

Hoje no Baleal estava um mau dia de praia, devido às rajadas de vento que se levantavam.
Já não me bastava isso, quando de repente oiço um estrondo e uma carrada de tambores a bater.
Olhei para cima e estavam estes indivíduos a tocar no Bar da Praia.



Chamam-se Banda Loca e disseram várias palavras em espanhol. 
Mas são dinamarqueses.

emparedamento #14

emparedamento #12

pequenas discrepâncias

Há um ano atrás Silva Rodrigues condenou a possível fusão entre a Metro de Lisboa e a Carris.
Agora foi escolhido para gerir essa mesma fusão.

No seguimento deste caso, o governo já anunciou outras nomeações.

Jerónimo de Sousa será presidente da Fundação da Casa de Bragança, Vale e Azevedo o novo diretor da Polícia Judiciária e Alberto João Jardim irá para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa.

roteiro #1 faro


Sé de Faro, 2003

roteiro #0

Estamos quase a acabar Agosto, e para muitos de nós, não houve férias à moda antiga.
Férias em que uma pessoa estivesse num canto remoto de Portugal, de papo para o ar e a pensar, isto é que é não fazer mesmo nada.

O Caldeirada Penicheira vai passar a fazer serviço público, tal e qual como faria uma RTP sem o Malato, o Gordo, a Tânia Ribas e mais umas dezenas, e mostrar-vos as férias que eu tive para que vocês não precisem de as ter.

brincadeiras



Um site de notícias fictícias publica um artigo que anuncia a redução das férias escolares em mês e meio.
É divulgado no Facebook e os estudantes disparam a fazer comentários raivosos no site, sem que se apercebam de que é apenas uma piada.

Eu acho que mais mês e meio de escola não era assim tão mal pensado.

álbum de fotografias #3 obras no fosso

O leitor nunca fantasiou com a ideia de andar no meio do fosso?
Foi isso mesmo que eu hoje fiz hoje à tarde, e aqui estão as provas.

Por favor não faça isto em casa.





Antigamente esta zona tinha uma dinâmica bastante diferente, servindo de porto de abrigo para as embarcações de pesca, antes de serem construídos os molhes. Talvez um dia voltem a navegar aqui barcos, mas de recreio.


A extração do lodo continua, hoje estavam no Baluarte da Ponte.



E a eclusa está quase pronta.

os caravanistas

Desculpem, este é longo.


# fotografia de José Silva

Tem-se falado muito do cada vez maior número de caravanistas a ocupar Peniche. Conforme se pode ver pelas opiniões deixadas no Facebook, a discussão não sai muito a favor dos nossos visitantes.

Zé Pedrosa:
A semana passada, no outro Porto d'Areia mais a norte assisti a um destes selvagens (porque nem todos são caravanistas a preceito) a descarregar para o chão o depósito das águas sujas e mal cheirosas.

Nuno Gloria: 
só mesmo em peniche..em outros lados tem de acampar em sitios próprios para caravanas,aqui em peniche é na papôa é nos bombeiros é na alfandega,no porto dáreia..já para não falar da água que eles vão abastecer na lavandaria do filtro amarelo..eu pago a minha água,e eles que são ricos,porque é que não a pagam.??????

Lidia Maria:
é verdade sim senhor.assim como despejarem o lixo e as sanitas no fosso da muralha,junto á ponte velha uma vez que estão a fazer a limpeza do mesmo,assim como á pessoas que teem boas vivendas e alugam para estar a viver nas caravanas,que a higiene não será a mesma ,acho eu,isto é mesmo uma vergonha,será que não há ninguem competente que veja isto?

Carlos Mota Grão:
vêem para cá ,porque todos nós toleramos este turismo de deslize, é muita tolerância das autoridades que por sua vez trata-nos com intolerância o reste do ano todo.

Joao Paulo Ferreira:
vergonhoso, mil vezes vergonhoso, e ainda mais vergonhoso, são os responsáveis por esta cidade nada fazerem, capital da onda; onde? para mim Peniche é isso sim a capital do caravanismo, sem lei e sem o mínimo respeito pelos habitantes da cidade de Peniche que pagam os seus impostos para depois estas pessoas sem o mínimo de civismo, virem para cá e destruir as nossas paisagens naturais, pois para virem para cá nestes moldes para mim e para muitos habitantes de Peniche são personas non gratas.

Mas quem são na realidade estes animais selvagens que se intrometem em terreno alheio? Será que têm sentimentos como nós? Será que também choram pelo seu Benfica? Que vêm a ser estes bichos mal-amados?

Vitor Pampilhosa preenche calmamente o seu Sudoku. Aparentando estar já na casa dos 60, usa óculos fundo de garrafa e barba por aparar. A sua caravana está entre uma meia-dúzia delas, encostada a uma arriba atrás do molhe do Porto da Areia, se bem que os outros anos costumava ficar na zona do fosso. Vitor desde Dezembro só esteve 9 dias em casa. Em Peniche, estará até ao fim de Agosto. Depois, vai continuar a sua viagem.

Jesus Rodrigues lancha com a sua família entre um carro e duas carrinhas, de uma sai um toldo que lhes faz sombra. Uma senhora levanta-se e oferece-me o banco de plástico, para eu me sentar um bocadinho. Trabalham em Mérida, e Jesus tem antepassados penichenses. Ficam aqui uma semana, normalmente na zona da Papoa. Falam-me da brisa marítima que passa, e eu falo-lhes de dejetos. Mais concretamente aonde os depositam.
Jesus fala-me de uma sarjeta, Vitor conta-me que deposita num dos dois parques de campismo da cidade, cujo serviço de recolha é pago. Devia haver uma rede disso espalhada pela cidade? Sim, continua Vitor, pois a instalação é barata e já existe noutras terras.

E água potável? Tanto Jesus que está lá ao seu lado, como Vitor que está na outra ponta da cidade, usam o tanque de Peniche de Cima. Há uns anos, conta-me Vitor, alguém meteu um adaptador para ser mais fácil ligar a torneira ao tanque das carrinhas, este ano já não estava lá.

E quanto à população nativa, tem havido incidentes? Vitor diz-me que aqui há dias uns rapazes começaram a atirar pedras para cima de uma caravana. Os caravanistas chamaram a polícia e esta prendeu-os.

Chimeno está escrito a corretor na lapela da camisa de um agente da GNR. Pertence à Unidade de Controlo Costeira e está a descansar dentro do seu Nissan Patrol. Não tem havido ordens no que toca ao caravanismo, apesar de o agente saber que não é legal e onde muitas vezes os dejetos vão parar. Mas ainda não lhes chegou nenhuma queixa, logo não há razões para atuar.

E se fosse construído em Peniche um parque de propósito para sustentar o caravanismo? Não há dinheiro, responde-me um senhor da mesa de Jesus Rodrigues. Não há dinheiro para quê, construir ou frequentar? Para as duas coisas, sou elucidado.

Primeiro do que deixar a minha opinião no assunto, gostaria de vos sugerir um link para a opinião dos caravanistas.

Em Peniche, algo atualmente está muito errado: o despejo dos dejetos em pontos específicos de recolha, uma obrigação dos caravanistas, é taxado, e o abastecimento de água, uma necessidade, é gratuito.
Para evitar situações de despejo de dejetos em sítios impróprios, deveria ser criada uma rede de recolha destes dejetos sem qualquer custo para os caravanistas. O interesse é nosso, penichenses. Não queremos que continuem a sujar a nossa cidade. Acho até que a polícia devia andar à caça dos caravanistas que não deixem os seus resíduos em local apropriado, e atestar-lhes pesadas multas.
E passava-se a taxar a água, que ficaria disponível num conjunto específico de pontos. Quem fosse apanhado a abastecer num local não autorizado (entenda-se torneiras públicas) também seria multado. Até porque não estou a ver outra forma de o município receber diretamente dinheiro do caravanismo clandestino.

A questão é: o que perdemos nós penichenses se perdermos os caravanistas?
Eu concordo com a opinião pública: não muito. Mas também acho que não perdemos assim tanto se os deixarmos estar.

Chateia-o, caro leitor, ver caravanas espalhadas por aí?
A mim também, algumas delas. Quando se aproximam muito do Forte da Luz o sangue sobe-me um bocado à cabeça. Aquilo é património histórico e natural da nossa terra. Não devemos deixar que o estraguem assim (nem que seja só visualmente). Umas placas a proibir o estacionamento de caravanas (com vigilância a condizer) não ficariam mal. Aí e noutros locais. Baluarte da Gamboa, estacionamento do Cabo Carvoeiro...
Agora no Porto da Areia? Ou ao pé do fosso? Se tivessemos a certeza de que não iam poluir o ambiente, acho que só temos de ser hospitaleiros. Quem nunca se meteu numa caravana e partiu por aí à aventura que atire a primeira pedra.
Pronto, é verdade, eu nunca me meti numa caravana e parti por aí à aventura.
Mas ainda vou a tempo.

pessoas que riscam carros


Anteontem de madrugada riscaram todos os carros que estavam estacionados entre a praça e o Peniche Três.

Pode ter sido por estarem a incomodar as descargas de algum comerciante, ou então foi de propósito. Não sei.

Só sei que espero que grande parte dos meus rendimentos seja direcionado para pessoas que riscam carros. Porque se com uma inofensiva chave conseguem causar prejuízos de centenas de euros a tanta gente, com uma arma o que não serão capaz de fazer. Basta ser a ocasião certa.

Eu sei que é quase impossível apanhá-los, mas se um dia um fosse apanhado, bastaria dizer-lhe "meu amigo, já vimos que isto de viver em sociedade não é um conceito que lhe diga grande coisa" e dar-lhe-íamos com os nossos impostos o direito a viver afastado de selvagens como nós que temos dinheiro para comprar carros e até os estacionamos em sítios que por direito, tal como qualquer local público, lhes pertence só a eles.

Não seria uma punição. Eu acho que neste tipo de gente a punição só funciona até se vingarem de forma ainda mais violenta. Só lhes peço cama e roupa lavada num sítio bem longe de mim e dos meus. Eu pago a conta, não me importo.

corrida e caminhada da praia norte


Este domingo vai decorrer este evento, à semelhança do que tem sucedido outros anos.
Eu acho muito bem e tudo. Mas a inscrição são 3 euros. As razões para tal gasto estão descritas aqui.

3 euros para correr na praia não me parece um grande negócio. Por mim cortava-se com tudo, seguros, águas, t-shirts. E passava a não se pagar nada para se correr na praia. Acho que faz sentido.

emparedamento #11


Mr. Tozé, tear down this building!

Carlos Tiago colocou no seu Facebook algumas fotos legendadas de vários ex-libris de Peniche, entre eles a Avenida do Mar. Nós, penichenses, já estamos habituados, mas ao vulgar turista este prédio Coutinho de meia tigela mesmo no meio da avenida não ficará indiferente.


Esta construção é mãe das aberrações. É um edifício com quatro andares numa zona em que os outros têm dois, e com uma arquitetura completamente ultrapassada e descontextualizada. Destoa de tudo o resto, com as suas linhas verticais e vigas que acabam no meio do nada.


Retirada daqui, esta foto de António de Jesus Lourenço mostra uma Avenida do Mar antes do atentado:


Eu não sou Ronald Reagan, mas peço-lhe, Mr. Tozé, tear down this building!

Pronto, se calhar há outras prioridades neste momento, mas este bastardo da arquitetura será sempre uma pedra no sapato para Peniche.
Daquelas que só saem com bulldozer.

e o resto são bilros




2 rendilheiras no espaço do município, 1 rendilheira e 1 rendilheiro no espaço da loja O Brincalhão.
É este o saldo da feira de artesanato. 
Merece o esforço das senhoras ao ficarem acordadas a trabalhar até tão tarde.

emparedamento #10


edward hopper

Edward Hopper nasceu em 1882 em Nova Iorque.
As suas pinturas retratam personagens atormentadas sob uma luz forte e opressora.
Nada nas suas pinturas deixa antever de onde vem a razão da sua dor.
Aliás, os cenários que pinta bem podiam estar repletos de gente a cantar e a dançar sem que estes estivessem descontextualizados.
Mas estão povoados de gente oprimida.
Edward Hopper pinta aquilo que vê.
A vida é difícil.





variar é humano


Pelo que suponho ter sido um erro, a página do Facebook do site Ainanas resolveu publicar a mesma ligação com a mesma descrição com cinco horas de diferença.

A minha surpresa é com a reação dos internautas. No segundo post, houve 4,44 vezes mais gostos, apenas 13,9 % dos comentários e 48 vezes as partilhas.

A mesma coisa, reações completamente diferentes.
Einstein disse que insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Eu acho que isso funciona com tudo menos seres humanos. Nós somos completamente imprevisíveis.
(e ainda bem)