o mosteiro das berlengas

Desde pequeno leio que em tempos houve um mosteiro nas Berlengas e desde então eu me interrogo acerca da existência ou não das suas ruínas.

Depois de alguma pesquisa cheguei a algumas conclusões acerca da localização do Mosteiro da Misericórdia das Berlengas, fundado em 1513, abandonado em 1548 e demolido em 1651 para as suas pedras serem usadas na construção do Forte de São João Baptista.

O bar a que chamamos Castelinho nunca foi uma defesa militar. Seria antes uma capela do convento. Isto antes de ser humilhado com ameias por tudo quanto é sítio.


Pelo tipo de pedra usado, é possível distinguir o que é original do que foi acrescentado no século XX:


Esta inscrição, datada de 1620, pertence a uma parede do Castelinho (a foto é antiga, a inscrição creio que terá desaparecido):

 
Aliás, Raul Brandão, em Agosto de 1919, escreveu isto:
 
Dou com as ruínas dum convento. Nos restos arruinados da capela copio 
diferentes datas: fr. Lobato, 1622; outra: 1606; um coração com duas letras enlaçadas L 
e R – 1615. Fico a cismar...
 
No entanto, é de realçar que estas inscrições são posteriores à ocupação religiosa do local, visto que os monges se transferiram para o Vale Bem Feito em 1548.
 
Na seguinte foto temos uma visão abrangente das ruínas do que restavam no início do século passado. Devido à quantidade de ossos encontrados, é possível que esta zona correspondesse aos alicerces da igreja do convento.


Em 1953, estas estruturas foram usadas como fundação do Restaurante Mar e Sol:

 
Há ainda vestígios na gruta adjacente à ponte metálica a caminho da praia que terão pertencido a um primitivo pombal.

Fica então localizado o que resta do Mosteiro das Berlengas.


É à confiança.

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