caldeirada repescada #5 mr. Tozé, tear down this building!

Carlos Tiago colocou no seu Facebook algumas fotos legendadas de vários ex-libris de Peniche, entre eles a Avenida do Mar. Nós penichenses já estamos habituados, mas ao vulgar turista este Prédio Coutinho de meia tigela mesmo no meio da avenida não ficará indiferente.


Esta construção é a mãe das aberrações. É um edifício com quatro andares numa zona em que os outros têm dois, e com uma arquitetura completamente ultrapassada e descontextualizada. Destoa de tudo o resto, com as suas linhas verticais e vigas que acabam no meio do nada.

Retirada daqui, esta foto de António de Jesus Lourenço mostra uma Avenida do Mar antes do atentado:


Eu não sou Ronald Reagan, mas peço-lhe, Mr. Tozé, tear down this building!

Pronto, se calhar há outras prioridades neste momento, mas este bastardo da arquitetura será sempre uma pedra no sapato para Peniche.
Daquelas que só saem com bulldozer.

originalmente publicado em 15 de agosto de 2012

O Facebook fechou várias páginas do grupo de defesa dos direitos da mulher Femen "por considerá-las pornográficas e promotoras de prostituição", o que não é bem a missão de um grupo feminista.
Eu não meto fotos porque pode haver crianças a ver, mas estas senhoras fazem protestos na ténue linha que separa a reivindicação do exibicionismo.

álbum de fotografias #6 maré alta

Hoje às 17.54 Peniche registou uma maré alta de 3,70 metros, o que é bastante raro e me motivou a captar o momento. Soube que estava no local certo à hora certa quando reparei que Carlos Tiago também estava a tirar fotos.









Como o leitor certamente saberá, faz hoje um ano que eu peguei neste bocadinho de internet chamado Caldeirada Penicheira e comecei a escrever numa base mais regular.
Como também pode ter reparado, não tenho deixado aqui grande coisa, porque estou em exames. E a seguir aos exames entrarei um mês em estágio, pelo que terei de protelar alguns planos catitas que tinha aqui para o estaminé.

Entretanto, e porque me deram trabalho, vou voltar a publicar aqui alguns posts que escrevi durante este ano e não se enquadram em nenhuma categoria especial mas têm um lugar no meu coração, entre a aorta e o ventrículo direito.
É um bocado batota estar a republicar posts, mas no meu Facebook também estão sempre a aparecer as mesmas porcarias. Enquanto eu não voltar mas é para o Hi5, aqui fica uma incursão pelas caves deste blog onde iremos encontrar um pouco de tudo menos aquela máscara de coelho que usei no Carnaval de 1998. Pelo menos disse à minha mãe para a deitar fora.

caldeirada repescada #4 barraca

Estava eu a passar junto às barracas das farturas quando mesmo à minha frente pára uma carrinha branca. De lá saem meia-dúzia de senhores e uma senhora, a maioria de meia-idade, com sacos pretos na mão a correr para as barracas dos ciganos. Tinham escrito ASAE nas costas.
Rapidamente abrem os sacos e atiram lá para dentro o que encontram pela frente. Agentes da polícia seguem-nos e bloqueiam a passagem às pessoas. Uma carrinha da polícia de intervenção pára e saem agentes armados e com capacetes.

Eu fico atónito a olhar a cena, sendo isto que o que consegui captar:


Com alguma concentração, é possível encontrar no meio da foto um agente da ASAE (de colete preto com riscas brancas) e à direita o cordão policial.
Não me atrevi a tirar melhores fotos com medo de que os agentes pensassem que eu estava metido com os ciganos e me tratassem como costumam tratar os ciganos delinquentes cá em Peniche.
Pronto, se fosse assim não me faziam nada, mas na altura fiquei tão estupefacto que não deu para melhor.

Fui-me embora e passado meia-hora quando lá voltei estava tudo às escuras e a polícia estava a terminar as rusgas. A saída dos agentes foi acompanhada por uma salva de palmas dos ciganos. Os agentes meteram-se nas carrinhas e foram à vida deles.
Quando já não havia nenhum polícia, alguns ciganos dispuseram-se a partir para a agressão e os ânimos levantaram-se. Sem consequências nenhumas, visto que já lá não estava ninguém.
Nem as sapatilhas a dez euros.
Caramba, se soubesse que isto ia acontecer tinha comprado meia dúzia de pares daquilo.
Carrinhas brancas a parar ao pé das farturas?
Nunca mais me apanham com essa.

originalmente publicado em 8 de Agosto de 2012

Quando eu era criança, todas as noites costumava pedir a Jesus uma bicicleta nova, mas acabei por perceber que não era bem assim que Ele me ia ajudar. Então, roubei uma e pedi a Jesus que me perdoasse.

Emo Philips

pequeno guia do património esquecido e ostracizado #4 entrincheiramentos na papôa

Se a última entrada deste guia, referente ao Convento do Bom Jesus, se desdobrou em vários posts, desta vez são várias construções abordadas no mesmo. Tal como é apanágio dos monumentos aqui referidos, estas fortificações podem passar despercebidas à primeira vista, no entanto já foram referidas aqui no blog noutros contextos (e não há muito a acrescentar) mas agora ficam com um post só para elas.

Das baterias da Papôa, construídas em 1831 no âmbito das guerras liberais, são hoje em dia visíveis duas plataformas de tiro:



O Entricheiramento de São Miguel é uma construção defensiva sobranceira ao Porto da Areia Norte erigida pelas tropas absolutistas em 1830. Atualmente, apenas restam vestígios à flor do solo, que estão em trajetória decrescente (em direção ao mar).


O Entrincheiramento da Linha dos Moinhos foi construída entre 1831 e 1832 e deve o seu nome aos moinhos em torno dos quais foi construída:


 A bateria continha duas baterias semi-circulares construídas em torno de dois moinhos (convertidos em paiol):


Até meados do século passado a construção não tinha sofrido grandes alterações, como podemos ver nesta planta de 1934:


Duas décadas depois, a construção da escola primária destruiu grande parte do local, que se encontrava assim em 1995:


Há alguns anos, uma vivenda foi construída exatamente em cima da fortificação. Mesmo que os vestígios fossem insignificantes (se bem que pela foto aérea me parece que ainda haveria algo substancial), esta casa serve de barreira e quebra a ligação visual entre as diferentes zonas do monumento, o que é de uma estupidez e de uma insensibilidade que não se justificam nos dias que correm.


Depois da sua construção, o contorno do entrincheiramento deixou de ser identificável:


No entanto, houve recentemente o cuidado de limpar a zona em volta dos moinhos e proteger a área com uma cerca. Hoje é assim que se encontram os moinhos:




A fortificação termina na sua antiga entrada, que ainda se encontra relativamente intacta, especialmente uma das faces (se bem que seria mais alta):


Eu tenho pena que esta construção não tenha chegado até nós, pois tinha um traçado bastante curioso e pela sua localização privilegiada hoje serviria como um miradouro para a Papoa, a costa norte e a enseada de Peniche de Cima, no entanto a expansão geográfica da povoação não o permitiu. Talvez um dia se façam umas escavações e se recupere parte desta fortificação. Claro que é preciso mudar muita coisa até lá, não necessariamente a nível político, até porque a importância que se dá ao património não é favorecida especialmente por uma ou por outra fação partidária, mas sobretudo pela estratégia adoptada para o desenvolvimento turístico (normalmente o único retorno financeiro pelo investimento no património).


Encontrei isto na foto de capa de Tó-Zé Correia no Facebook. UMA VERGONHA!!!
Desculpem, tenho esta mania de me exaltar com tudo o que me aparece à frente. É de passar muito tempo a ler comentários no Facebook. De qualquer forma, aí têm a agenda municipal para este verão.

E é assim a última noite do ano com a opinião pública do lado dos professores.

meio-baluarte da gamboa: a saga a modos que continua

Fui espreitar as obras no Meio-Baluarte da Gamboa, a cargo da autarquia.


Podemos dizer que terá havido falta de alguma sensibilidade na colocação dos blocos, mas em compensação o cimento é à descrição. Como o Leonardo na sua Mona, também os pedreiros da câmara não quiseram perder a oportunidade de deixar a sua marca na obra-prima:


Apesar de esta obra ter mais azeite do que uma salada de polvo, permite parar a queda dos blocos de pedra e a consequente erosão do morro artificial onde assenta a fortificação. Esperemos que a segunda fase das obras do fosso traga a recuperação da cortina oriental da cidade. Com cimento, sem cimento, data ou sem data... 

Ministry of Silly Walks

Já que ontem no Feitos ao bife António Raminhos protagonizou um sketch dos Monty Python, deixo aqui o original:


Segundo a 102 FM, um homem sofreu ontem ferimentos graves após uma queda de uma altura de cinco metros, numa falésia, junto ao forte do Quebrado, em Peniche. 
Será o Meio-Baluarte da Gamboa ou o Forte da Luz? Ou um outro assim denominado em honra do desgraçado que caiu?


"Bem vocês não imaginam o que se passou comigo a semana passada..."

palavras caras em revistas baratas

Tipos de turbinas 

Existem dois tipos principais de turbinas: de ação e de reação. Essencialmente, estes nomes descrevem o diferente mecanismo de pá usado. Nas turbinas de ação, onde a água vai em jato para as pás, a queda de pressão (onde ocorre a transferência de energia) dá-se nas lâminas-guia convergentes que direcionam o líquido para as pás do rotor. Acontece o oposto na turbina de reação, onde as pás do rotor têm passagens convergentes, ocorrendo aí a queda de pressão. As turbinas de ação são, geralmente, impróprias para locais de baixa pressão porque têm velocidades específicas baixas, mas são mais fáceis de manter. Por outro lado, as de reação conseguem rodar mais depressa com as mesmas condições de fluxo e pressão, mas exigem mais manutenção. 

Este texto não foi retirado do meu livro de Mecânica dos Fluidos, mas sim da revista Quero Saber, supostamente dedicada a todos os públicos. No entanto, eu estou no quarto ano de Engenharia Mecânica e não o consigo compreender. Talvez depois do doutoramento a coisa vá ao sítio. Ou se calhar só mesmo quando for professor catedrático.
Uma coisa muito engraçada nas revistas de ciência é que não servem para explicar realmente como as coisas funcionam, mas sim para criar um grande bicho na cabeça das pessoas que ficam a olhar para a tecnologia como um burro para um palácio. "Lâminas-guia convergentes", "passagens convergentes" e "velocidades específicas" são conceitos que vão criar um nó do pescoço do leitor, que à parte de uma devoção por tudo o que é gente capaz de lidar com tamanhas monstruosidades, o que eu agradeço, é uma completa perda de tempo.

P.S.: para quem se interessa mais em perceber a tecnologia do que em ficar impressionado com a sua intangibilidade, vale a pena ver Planet Mechanics (torrents aqui).

perspetivas

Estas são fotografias tiradas pela Google numa rua de Peniche há quatro anos atrás comparadas com outras tiradas no mesmo sítio hoje. Gostava que reparassem no prédio com a varanda no centro da foto.





Alguma diferença? Bem, mesmo para mim que já estou programado para reparar nos pormenores, não havia nada a acrescentar. Mas há: são prédios diferentes: o antigo foi demolido. Nesta foto que lhe tirei podemos ver o triste estado em que se encontrava:


No ano passado foi totalmente demolido, à exceção do portão de entrada.


E no seu lugar foi feito um exatamente igual. Segundo uma vizinha, tal deveu-se a imposições da câmara, que anda a impedir grandes alterações no traçado nas habitações na zona histórica. E, já agora, o proprietário deste prédio é o Sr. Luiz de Ameida. 
Aprecio o controlo da câmara e a atitude do proprietário, mas, fazendo uma analogia com o episódio do convento, que aliás contou com os mesmos protagonistas, isto da proteção do património é uma questão de perspetiva. Na minha, mais valia um convento do século XV numa zona em desenvolvimento com terrenos em valorização do que um barracão do século XX numa rua perdida no centro histórico, mas nem sempre o património está onde convém. 

Talvez por ser particularmente com­plexo, o futebol é um chamariz de incon­táveis especialistas, os quais fazem uns biscates na política, nas empresas, nos tri­bunais, nas universidades ou nos hospi­tais mas cuja área de perícia é, na verda­de, a componente técnico-tática dos jo­gos.

Alberto Gonçalves, Sábado

pequeno guia do património esquecido e ostracizado #3.3 adro do convento

No final do século XIX, o convento já tinha sido despojado de todas as suas obras de arte, incluindo os azulejos que cobriam todo interior da igreja (e que foram destinados para as Igrejas da Ajuda e da Conceição). Parte do claustro também já tinha sido demolida (provavelmente para aproveitar pedra...) pelo que o que restava do convento era a igreja, o adro (recinto de entrada no complexo, como o da Capela de Nossa Senhora dos Remédios mas mais comprido) e algumas construções.


Nesta vista de satélite tirada antes da construção do Continente, podemos ver como no decorrer do século XX o adro foi aproveitado para fazer um armazém através da adição de um telhado, o resto do claustro foi destruído e foi construída a discoteca Konvento.


Atualmente, o cenário é este:


Gostava de explorar com algum detalhe a destruição do convento porque me parece que a versão oficial não é suficientemente rigorosa. A versão oficial, que eu ouvi num (aliás bastante interessante) passeio guiado pelo Dr. Rui Venâncio (responsável pelo museu municipal e pelo pelouro da cultura da autarquia) é que durante a escavação foram encontrados vestígios históricos que foram preservados naquilo que é uma solução "exemplar".
No entanto, eu creio que entre esta versão e a realidade há algumas discrepâncias, nomeadamente por os vestígios históricos não serem mais do que as fundações do que tinha sido destruído meses antes e a sua descoberta se dever a arqueólogos de uma empresa privada que vieram devido a uma denúncia anónima ao IGESPAR. Além disso, segundo a vontade da autarquia as estruturas teriam sido demolidas para dar lugar a uma conduta de saneamento, e só o esforço dos arqueólogos conseguiu evitar a destruição das ruínas.

Posto isto, vamos a uma resenha cronológica dos acontecimentos.

Na altura em que estávamos a fazer o trabalho, sabia-se que o Continente ia ser construído na zona do convento, mas havia gente a pensar que ia tudo abaixo e gente a dizer que não se ia mexer no monumento. Dirigi-me à Câmara Municipal para saber onde seria construído o edifício, mas negaram-me fornecer qualquer informação devido a ser uma empreitada privada.

Em junho de 2010 fiquei mais sossegado quanto ao destino da igreja, pois reparei que o seu proprietário, Sr. Luiz de Almeida, tinha mandado emparedar as portas laterais e abrir uma entrada no sítio original, o que me permitiu deduzir que pelo menos este espaço seria poupado.



Nessa altura, se bem que provavelmente bastante diferente do original, era este o aspeto da casa que ficava encostada à base do Intermarché, entre a igreja e o adro.


E era assim a vista para o adro:


Com os meus colegas, tive oportunidade de explorá-lo:


Já na construção encostada à entrada do adro que aparece nas gravuras antigas não tive oportunidade de entrar:


No entanto, ela despertava-me bastante curiosidade, aguçada por pormenores como esta parede dupla:


Mas só depois da sua demolição, em contacto com os arqueólogos que expuseram as suas fundações, pude saber o que era originalmente.

No dia 8 de Agosto de 2010 dei conta de que tinham começado a arrancar a cobertura do adro.


No dia seguinte o telhado foi removido quase por completo.


No dia 10 deixei de parte a vigilância do património e fui à praia. Dia 11 o adro tinha desaparecido por completo, bem como a construção que ficava junto dele.


Nesta altura pensei que nada mais pertencente ao convento seria destruído (e o que fora já tinha ultrapassado as minhas piores expectativas), mas em outubro desse ano dei conta que as máquinas tinham andado a mexer nas fundações das estruturas que tinham demolido no verão:



Depois disso, a obra parou algumas semanas. Vim a saber que tal se devia a ter havido uma denúncia anónima para o IGESPAR a comunicar que tinham sido descobertos vestígios arqueológicos, o que obrigou à deslocação de uma equipa de arqueólogos, sob a alçada da Dr. Cláudia Cunha.


Esta equipa escavou a zona que supostamente seria destruída para passar uma conduta de saneamento do Continente. Perante os vestígios descobertos, os SMAS não se mostraram muito disponíveis para fazer alterações ao projeto, devido às normas de segurança que era necessário verificar, mas graças à insistência dos arqueólogos as ruínas foram preservadas e estão hoje debaixo da Rua Raul Solnado.


Quando soube que tinham sido descobertas ruínas fui chatear os arqueólogos para saber o que tinham encontrado. A investigação começou pela abertura de duas sondagens. Sobrepondo-as sobre o mapa do convento percebemos a sua localização:


A próxima figura, tirada do relatório da escavação, mostra o desenho das fundações descobertas (à medida que iam sendo descobertas estruturas em zonas destinadas à implantação da conduta as sondagens iam sendo ampliadas):


Através de fotos tiradas pelos arqueólogos, podemos ver o que foi descoberto:


A tal casa que ficava à entrada do adro provavelmente dataria do século XV e na sua função original era um pátio com acesso a uma fonte que depois de escavada pelos arqueólogos brotou água. A fonte tinha uma decoração rococó com motivos marítimos:

Associados a essa fonte estavam canais que partiam em direção ao outro poço do convento e à Fonte do Rosário (esta informação não pôde ser confirmada pois nesta altura já a construção do Continente já tinha destruído tudo o que se encontrava no prolongamento das estruturas).


Além destas construções, foram descobertos artefactos históricos que documentam toda a ocupação humana daquele espaço, desde o convento até à pré-história.

Nesta imagem podemos ver o buraco causado pelo início das obras para a instalação da conduta, que se não tivessem sido paradas a tempo, tinham arrancado grande parte da estrutura:


No entanto, todas as estruturas acima da superfície e no sítio onde foi construído o Continente já tinham sido arrasadas, pelo que isto é apenas uma amostra de todo o potencial arqueológico deste sítio que se perdeu para sempre sem qualquer investigação preliminar.
Nos próximos tempos, em principio temos a garantia de que pelo menos as estruturas das fotos não serão afetadas pois passa uma estrada por cima delas. Mas a igreja do convento, situada num sítio em frente ao mar com um enorme potencial turístico, provavelmente será destruída, e se não for para dar lugar a um hipermercado há-de ser um hotel ou um condomínio, e se não for o Sr. Luiz de Almeida e o Sr. Belmiro de Azevedo a lucrarem com isso há-de ser outro particular qualquer. E se não for o Dr. Rui Venâncio a fechar os olhos para não criar entraves aos planos da autarquia há-de ser outro responsável pelo património a demitir-se das suas obrigações.

No entanto desta vez acho que há algo que ainda posso fazer. À população não interessa se vai meio convento abaixo para agradar a interesses privados ou se Peniche caminha para o interesse cultural de uma Amadora, e eu habituei-me a não encontrar compreensão para o meu desalento. 
Só que gosto que as coisas fiquem registadas tal como realmente aconteceram. Por isso, a minha única utilidade nesta matéria será continuar a fornecer aos historiadores e arqueólogos que estudarem o convento os elementos que tenho. Para que a história recente do convento fique escrita em sede própria sem incorreções. E os factos falam por si.